Quando Jesus é o nosso pastor nós temos CUIDADO

No último post comecei uma minissérie baseada no Salmo 23. Naquele post falei um pouco sobre a bênção de termos satisfação em Jesus, nosso Bom Pastor. Hoje quero pensar com você sobre outra bênção descrita no Salmo 23 para aqueles que são pastoreados por Jesus. Quando Jesus é o nosso pastor nós desfrutamos de CUIDADO.

Em João 10, o Senhor Jesus disse que, como verdadeiro pastor, Ele é diferente do mercenário, do ladrão! O mercenário, o ladrão, não se preocupa com o rebanho. Ele não se preocupa com o bem-estar do rebanho. Ele não se preocupa em dar descanso ao rebanho. Ao contrário, ele preocupa-se consigo mesmo, com o seu bem-estar, com o seu descanso.

Davi nos mostra, no Salmo 23, que o Bom Pastor, o nosso Senhor, preocupa-se com o seu rebanho, preocupa-se com suas ovelhas! Ele dá descanso para as ovelhas em verdes pastos. Ele leva estas ovelhas para águas de descanso. Ele refrigera a alma das ovelhas. Ele guia estas ovelhas pelos caminhos da justiça!

O salmista nos mostra aqui que quando temos Jesus por nosso pastor, nós somos ovelhas bem cuidadas, somos rebanho que tem alívio dos fardos pesados da vida, somos conduzidos às águas de descanso pelo bom pastor a fim de que, por Ele mesmo, tenhamos renovo e vigor em nossa alma!

Às vezes, devido às dificuldades da vida, somos tentados a pensar que Deus se esqueceu de nós. Que ele não se preocupa com a nossa vida. Entretanto, isso não faz o menor sentido. Derek Kidner disse, acertadamente, que “Deus não teria adotado um rebanho, uma família, se não tivesse a intenção de formar uma vinculação permanente entre Ele e ela.”[1]. Deus não nos faria seu povo se ele não quisesse cuidar de cada um de nós. Deus tem um povo que chama de seu! E Deus cuida em todo o tempo deste povo! E nós somos este povo! Nós desfrutamos do cuidado de Deus.

Sem dúvida alguma, um dos grandes frutos que o cuidado do Senhor Jesus por nós produz é a paz. No pastoreio do Senhor Jesus nós encontramos profunda e verdadeira paz! É um engano, contudo, pensar que paz é a ausência de dificuldades, a ausência de guerras, a ausência de desafios, a ausência de lutas. Paz é ter convicção de que Deus está no controle mesmo quando a situação está caótica! Paz é poder dizer, como Jó, “Eu sei que meu Redentor vive!” mesmo quando se perde tudo! Paz é poder dizer, como Miquéias, “Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da minha salvação…” (Miqueias 7.7), mesmo quando filhos estão matando pais, e quando não se pode confiar em ninguém! Paz é poder dizer, como Habacuque, “Eu me alegrarei no Senhor, e exultarei no Deus da minha salvação”, mesmo quando a figueira não floresce, quando a videira não dá fruto, quando os campos não têm mais gado! Paz é poder dizer “Maranata! Vem, Senhor Jesus!” mesmo quando as coisas estão muito bem por aqui! Paz é confiar que Jesus está no nosso barco, mesmo quando a tempestade está violenta do lado de fora! Paz é confiar que Deus é aquele que pode reverter qualquer câncer, e que, mesmo que não reverta, continua sendo Deus e Soberano sobre tudo e sobre todos! Paz, amigo leitor, é viver sob o pastoreio de Jesus e não de acordo com nossas vontades. Paz é a convicção, é a certeza, é a plena certeza, de que Deus não muda, de que o amor d’Ele não falha e de que nada pode abalar o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o pastor das nossas almas, Jesus de Nazaré! O cuidado do nosso pastor nos faz viver a paz!

Mas o cuidado de Jesus conosco não para por aqui. Davi continua expressando sua confiança no Supremo Pastor dizendo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo…” (Salmo 23.4). Amigo leitor, o cuidado de Jesus, nosso Senhor, se manifesta com sua presença constante em nossa vida! Ele prometeu que jamais nos desampararia! Davi tinha essa convicção em seu coração. Mesmo que ele passasse pelos piores momentos de sua vida, ele não precisaria temer, pois o Supremo Pastor estava com ele.

Precisamos aprender que os vales escuros são tão reais e tão necessários na vida cristã quanto os pastos verdejantes. Deus nos conduz por tempos bons, tempos agradáveis, mas também nos conduz a vales, a tempos difíceis, a tempos de deserto! Mas o grande consolo é que, seja nos bons tempos, seja nos tempos difíceis, o Senhor está conosco! A presença dele é absolutamente real! Esta é a promessa que o Senhor Jesus fez aos seus discípulos e que se estende a nós: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.20).

Provavelmente você esteja vivendo um vale escuro demais em sua vida. Talvez, os dias sejam os piores. Pode ser que o céu pareça estar tão fechado que o sol desapareceu… meu irmão, creia que, se o Senhor Jesus é o seu pastor, ele está contigo mesmo neste vale escuro, mesmo neste tempo difícil, mesmo no meio do caos!

Caminhando um pouco mais no texto, notamos que Davi mostra o que o consola: “… o teu bordão (vara) e o teu cajado me consolam…”. A vara e o cajado sempre estavam com o pastor. Mas qual a importância destas ferramentas? O que elas nos revelam sobre o cuidado do Bom Pastor para com as suas ovelhas?

Primeiramente, observemos qual é o uso da vara. Podemos pensar num duplo uso aqui. Primeiro, a vara era usada como uma arma de ataque do pastor contra os inimigos que se aproximassem. Ou seja, era usada para atacar os inimigos e, por consequência, também era usada para defender o rebanho. Mas também precisamos notar que tal vara, em determinadas situações, seria usada no rebanho. Vara não é para fazer carinho em ninguém. A vara é usada para disciplina! Ou seja, quando somos pastoreados por Jesus, a sua vara nos protegerá dos inimigos, mas também será usada em nós quando nos desviarmos. Deus disciplina os seus filhos porque os ama! Esta verdade é muito clara em textos como Apocalipse 3.19, Jó 5.17 e Hebreus 12.5-6. Um autor disse que “Deus disciplina os seus porque lhes ama em demasia para deixar que permaneçam no pecado.”[2]. Quando somos pastoreados pelo Bom Pastor, Jesus, receberemos disciplina quando falharmos, e isto é expressão do cuidado d’Ele para conosco! Não veja a disciplina do Senhor em sua vida como vingança, como um acesso de ira, como uma forma de castigar simplesmente por castigar! Entenda o propósito didático da disciplina do Senhor. Ele nos disciplina para nos ensinar!

Além disso, devemos observar a função do cajado. O cajado do pastor era usado para conduzir as ovelhas por qual caminho seguir. É assim que o Senhor trabalha conosco também. Ele usa o seu cajado para nos direcionar, para nos instruir, para nos guiar. Ser guiado pelo Senhor, pelo Bom Pastor, é maravilhoso, pois Ele jamais nos levará a caminhos maus! Podem ser caminhos difíceis, caminhos árduos, caminhos escuros, caminhos estreitos, mas jamais serão caminhos de perdição, caminhos de morte, caminhos de condenação!

Sem dúvida alguma, o cuidado do Senhor conosco é constante e notório. Somos ovelhas não de um pastor qualquer, mas do Supremo Pastor, do Bom Pastor! E este Bom Pastor cuida de cada um de nós de uma maneira ímpar e maravilhosa!

No próximo post, o último da minissérie, vamos pensar um pouco sobre a ESPERANÇA que temos ao sermos pastoreados por nosso Senhor. Até lá!

---

[1] KIDNER, Derek. Salmos 1-72: introdução e comentário (São Paulo, SP: Mundo Cristão; Vida Nova, 1980), p. 129.

[2] McKINLEY, Mike. Eu sou mesmo um cristão? (São José dos Campos, SP: Fiel, 2012), p. 87.